terça-feira, 27 de março de 2012

Denúncias de crueldade contra animais crescem 122%


Crime já é o terceiro no ranking de chamadas feitas ao Disque-Denúncia em Campinas; foram 571 casos em 2011

O número de denúncias anônimas sobre crueldade contra animais cresceu 122,17% no ano passado em relação a 2010 em Campinas. O crescimento coloca o crime em terceiro lugar no ranking de denúncias recebidas pelo serviço Disque-Denúncia, segundo informações do órgão. Apenas em 2012, nos dois primeiros meses do ano, as denúncias de maus-tratos contra animais já somam 93 casos. Com esses dados, o assunto fica atrás de denúncias de crime contra o patrimônio e jogos de azar. Lideram o ranking os casos de violência contra crianças e tráfico de drogas.

Segundo o Disque-denúncia, em 2010 o serviço recebeu 257 denúncias contra esse tipo de crime, o que representou 5,88% do total das ligações. Esse número colocou a violência contra animais no sexto lugar no ranking. Em 2011, o crime de crueldade contra os animais saltou para terceiro lugar, com 571 denúncias — o que representa 13,28% de todos os registros. De acordo com informações da supervisão do serviço, a violência contra os animais está enquadrada em crimes ambientais. O artigo 32 da lei federal 9.605 prevê como crime ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.

Em Campinas, um dos últimos casos registrados de violência contra animais foi no final de fevereiro por uma dona de casa, moradora do Parque Itajaí 2, que teve dois de seus gatos mortos com sinais de envenenamento. A dona de casa e o marido decidiram denunciar o caso porque temiam novos ataques. No final do ano passado, outro caso que chegou a ser investigado pela Polícia Civil foi a de um possível crime de abandono de animais na casa que foi usada como escritório e sede de empresas de parentes do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), em Campinas. Na ocasião, não havia ninguém morando na residência, que fica no bairro Nova Campinas, a não ser três cães de raça fila brasileiro — de grande porte. Os animais, posteriormente, foram recolhidos a uma fazenda.

No final de janeiro deste ano, mais de 300 defensores dos animais e representantes de diversas organizações não governamentais participaram de um manifesto de caráter nacional, o Crueldade Nunca Mais. O objetivo dos participantes, mobilizados simultaneamente a outros milhares, em mais de 200 cidades, era o de sensibilizar a sociedade e instigar o poder público a rever a legislação, que prevê punição — considerada branda — a quem pratica maus-tratos contra os animais. Os defensores querem que a pena seja elevada para dois anos de reclusão, no mínimo, para os infratores. Hoje, a lei prevê de três meses a um ano.

Para denunciar, o número do telefone do serviço do Disque-denúncia é o (19) 3236-3040 e funciona 24 horas. A denúncia é anônima.

No início deste ano, conforme apurou a reportagem do Correio, a delegacia estava sem escrivão, e a delegada titular estava de licença. Sem escrivão, as pessoas não conseguiam registrar boletins de ocorrências. E, por falta de autoridades, os policiais não conseguiam efetuar prisões em flagrantes. Atualmente, a delegada retornou ao trabalho e um escrivão foi contratado. A delegada foi procurada, mas não retornou às ligações até a tarde de ontem.

Fonte: UPA - União Protetora dos Animais (www.upanimais.org.br)

 

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